Vidigueira: CM baixa salários de cargos políticos para aumentar funcionários
O Município da Vidigueira decidiu, na pessoa do presidente da autarquia, Manuel Narra, e dos seus vereadores, aumentar em cerca de 82 euros o vencimento de todos os funcionários camarários com salário mínimo (cerca de 40) e baixar os salários de todos os executivos de cargos de nomeação política, como forma de equilibrar o orçamento disponível para a execução desta medida. A TV Alentejo procurou compreender as razões desta decisão junto de Manuel Narra , que a classificou como “a única plausível em termos de orçamento”, e ainda com o vereador Luís Pestana, com Marco Grilo, um dos funcionários contemplados e Delmiro Palma, representante dos funcionários da administração local.
Para além do presidente da autarquia e dos seus três vereadores, dois funcionários de apoio ao presidente viram o seu salário reduzido em dez por cento. Segundo Manuel Narra, a medida foi compreendida por todos.
O “tempo de viver no país das fantasias já acabou”. Quem o diz é Manuel Narra, que não poupou críticas ao ministro das Finanças, Teixeira dos Santos (lembramos que o ministro recusou em entrevista à SIC, na passada quarta-feira, poder vir a seguir o exemplo da Vidigueira) e lembrou que o primeiro-ministro da Irlanda, país que atravessa uma situação financeira semelhante à de Portugal, decidiu baixar o seu salário em 20 por cento.
Manuel Narra pondera, ainda, adiar algumas obras de menor interesse para que mais funcionários possam ver o seu salário aumentado, até porque, diz, funcionários satisfeitos são funcionários mais produtivos. As obras comparticipadas por fundos comunitários irão avançar, garante, as restantes serão reavaliadas e ponderado o seu adiamento.
Luís Pestana, vereador, disse mesmo que, não só a medida foi fácil, como estava na hora de passar das palavras aos actos.
Marco Grilo trabalha no grafismo da Câmara Municipal e foi um dos cerca de 40 contemplados pelo aumento salarial. Recebeu a notícia com surpresa.
Delmiro Palma, dirigente regional do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STSAL) e representante dos funcionários na Câmara da Vidigueira diz que “o normal, como sindicalista, é pensar nos aumentos, e não é uma medida muito normal”. Apesar de considerar a decisão do Executivo da Vidigueira um exemplo a seguir, reconhece que a decisão poderia não ser bem aceite, se falarmos nos executivos das administrações locais ou nos funcionários com salários mais elevados.