Gestão e Exploração Sustentada dos Recursos Geológicos: Passado, Presente e Futuro das Minas d

em.cantos Aljustrel:
Tendo em conta que o potencial geológico-mineiro existente em Portugal é ainda relevante em termos europeus, importa que numa perspectiva de concertação dos diferentes interesses envolvidos – ambientais, de ordenamento do território, económicos e sociais – ou seja, numa perspectiva estratégica de desenvolvimento do sector, haja uma promoção equilibrada, racional e sustentável, em torno do aproveitamento dos recursos geológicos existentes. Esta tomada de posição passa, por uma lado, pela necessidade de incentivar a investigação de toda a infra-estrutura assim como da base de recursos geológicos, na busca de conhecer mais e melhor o que existe e as suas potenciais formas de utilização por outro lado, envolve cuidado e atenção no tratamento de um conjunto de aspectos que se relacionam com a recuperação, segurança e controlo de áreas que antes albergaram explorações mineiras, por forma a invalidar ou minimizar riscos que daí possam advir.
Segundo Araújo (2009), “a actividade mineira da região Alentejo remonta ao tempo dos Fenícios mas terá sido a partir da ocupação romana que se tornou mais intensa. Essa actividade mineira concentrou-se nos locais onde ocorria à superfície aquilo que se designa por chapéu de ferro, ou seja, uma concentração de produtos resultantes da oxidação de jazigos minerais metálicos. Essas ocorrências, fáceis de reconhecer pelo tom avermelhado do terreno, eram normalmente ricas em metais como cobre, zinco, chumbo, prata e ouro. Com a Revolução Industrial, no século XIX, a actividade mineira adquire maior importância, a exploração passa a ser regulamentada, sendo atribuídas várias centenas de concessões mineiras por todo o país até final desse século. Nesta altura no Alentejo tornam-se particularmente importantes, do ponto de vista económico e social, as zonas de Aljustrel e de São Domingos com as suas minas que se dedicavam à exploração de concentrações maciças de sulfuretos. Na segunda metade do século XX o preço dos metais básicos entrou em declínio com o aparecimento de importantes jazigos na Ásia, América do Sul e África, onde a pressão social é menor quer a nível das condições de trabalho o que faz com que os salários sejam muito menores quer a nível das exigências de protecção ambiental. Este factor associado ao esgotamento das reservas em muitos dos jazigos nacionais, levou a uma intensa recessão da indústria mineira, com o encerramento sucessivo da quase totalidade das minas até ao presente.
A única excepção a esta tendência foi a registada na Mina de Neves Corvo, que devido à sua excepcional riqueza, desde que entrou em laboração final da década de oitenta projectou Portugal para um lugar cimeiro a nível mundial na produção de cobre e estanho. Presentemente os mercados internacionais estão a evoluir no sentido do aumento de muitos tipos de matérias primas, fruto do acelerado desenvolvimento das economias asiáticas principalmente da China e da Índia. A manter-se esta tendência abrem-se fortes perspectivas para a reabertura de algumas unidades mineiras que fecharam nas últimas décadas.
No caso das Minas de Aljustrel, os trabalhos de desenvolvimento mineiro da Mina de Feitais foram retomados em Junho deste ano, tendo por objectivo a preparação da mesma para lhe ser extraído cobre, e não zinco. O seu rearranque está previsto já para Agosto.

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Category: Reportagens
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